João Guimarães Rosa · 624 pages
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“The master is not the one who teaches; it's the one who suddenly learns.”
“Viver - não é? - é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver, mesmo.”
“Sorte é isto. Merecer e ter.”
“O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. (...) Natureza da gente não cabe em nenhuma certeza.”
“Aqui digo: que se teme por amor; mas que, por amor, também, é que a coragem se faz.”
“Todos estão loucos, neste mundo? Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente — o que produz os ventos. Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor.”
“Doesn't everyone sell his soul? I tell you, sir: the devil does not exist, there is no devil, yet I sold him my soul. That is what I am afraid of. To whom did I sell it? That is what I am afraid of, my dear sir: we sell our souls, only there is no buyer.”
“O senhor escute meu coração, pegue no meu pulso. O senhor avista meus cabelos brancos... Viver - não é? - é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver, mesmo. O sertão me produz, depois me enguliu, depois me cuspiu do quente da boca... O senhor crê minha narração?”
“O amor só mente para dizer maior verdade.”
“Quem muito se evita, se convive”
“Todo amor não é uma espécie de comparação?”
“que a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é.”
“A gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?”
“Esses gerais são sem tamanho., Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda a parte.”
“O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinhozinho de metal...”
“Que isso foi o que sempre me invocou, o senhor sabe: eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruím, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! Quero os todos pastos demarcados... Como é que posso com este mundo?”
“Vida” é noção que a gente completa seguida assim, mas só por lei duma ideia falsa. Cada dia é um dia.”
“quando é que a velhice começa, surgindo de dentro da mocidade.”
“acho que o sentir da gente volteia, mas em certos modos, rodando em si mas por regras. O prazer muito vira medo, o medo vai vira ódio, o ódio vira esses desesperos? — desespero é bom que vire a maior tristeza, constante então para o um amor — quanta saudade... —; aí, outra esperança já vem...”
“A ceia indo principiando, somente falei também de sérios assuntos, que eram a política e os negócios da lavoura e cria. Só faltava lá uma boa cerveja e alguém com jornal na mão, para alto se ler e a respeito disso tudo se falar.”
“Sofrimento passado é glória, é sal em cinza.”
“Vivendo minha sorte, com lutas e guerras!”
“Eu não podia tão depressa fechar meu coração a ele. Sabia disso. Senti.”
“Vai assim, vem outro café, se pita um bom cigarro.”
“Tudo o que já foi, é o começo do que vai vir, toda a hora a gente está num cômpito.”
“o Sujo: o que aceita as más palavras e pensamentos da gente, e que completa tudo em obra;”
“Montei, fui trotando travado. Diadorim e o Caçanje iam já mais longe, regulado umas duzentas braças. Arte que perceberam que eu vinha, se viraram nas selas. Diadorim levantou o braço, bateu mão. Eu ia estugar, esporeei, queria um meio-galope, para logo alcançar os dois. Mas, aí, meu cavalo f’losofou: refugou baixo e refugou alto, se puxando para a beira da mão esquerda da estrada, por pouco não deu comigo no chão. E o que era, que estava assombrando o animal, era uma folha seca esvoaçada, que sobre se viu quase nos olhos e nas orêlhas dele. Do vento. Do vento que vinha, rodopiado. Redemoinho: o senhor sabe — a briga de ventos. O quando um esbarra com outro, e se enrolam, o dôido espetáculo. A poeira subia, a dar que dava escuro, no alto, o ponto às voltas, folharada, e ramarêdo quebrado, no estalar de pios assovios, se torcendo turvo, esgarabulhando. Senti meu cavalo como meu corpo. Aquilo passou, embora, o ró-ró. A gente dava graças a Deus. Mas Diadorim e o Caçanje se estavam lá adiante, por me esperar chegar. — “Redemunho!” — o Caçanje falou, esconjurando. — “Vento que enviesa, que vinga da banda do mar...” — Diadorim disse. Mas o Caçanje não entendia que fosse: redemunho era d’Ele — do diabo. O demônio se vertia ali, dentro viajava. Estive dando risada. O demo! Digo ao senhor. Na hora, não ri? Pensei. O que pensei: o diabo, na rua, no meio do redemunho... Acho o mais terrível da minha vida, ditado nessas palavras, que o senhor nunca deve de renovar. Mas, me escute. A gente vamos chegar lá. E até o Caçanje e Diadorim se riram também. Aí, tocamos.”
“E todas as pessoas, seguidas, que meu pensamento ia pegando, eu ia sentindo ódio delas, uma por uma, do mesmo jeito, ainda que fossem muito mais minhas amigas e eu em outras horas delas nunca tivesse tido quizília nem queixa.”
“Do que acontecido, me senti muito livre. Trotei, adiante. Eu ia, à meia-rédea, não me instava, não pensava.”
“Honest and earnest criticism from those whose interests are most nearly touched,- criticism of writers by readers, of government by those governed, of leaders by those led, - this is the soul of democracy and the safeguard of modern society”
“To become aware of our history is to become aware of our singularity.”
“It is life that is the reality and the mystery. Life is vastly different from mere chemic matter fluxing in high modes of motion. Life persists. Life is the thread of fire that persists through all the modes of matter. I know. I am life. I have lived ten thousand generations. I have lived millions of years. I have possessed many bodies. I, the possessor of these many bodies, have persisted. I am life. I am the unquenched spark ever flashing and astonishing the face of time, ever working my will and wreaking my passion on the cloddy aggregates of matter, called bodies, which I have transiently inhabited.”
“I won't tell you how much I love you, or how scared I am of being without you, or how I need to hide away from everyone because no one will ever compare to you... I will simply let you go. True love is about sacrifice, after all, and if I want you to be free of the memory of Max then you need to be free of me.”
“You give people hope, Yukiko. The strength at the heart of all strength. The steps you take now, the first steps- they are always the hardest. But the footprints you leave in the earth behind you will be followed by thousands.”
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