José Saramago · 384 pages
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“A solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz.”
“... um homem não vai menos perdido por caminhar em linha recta.”
“... um fazedor de versos que deixou a sua parte de loucura no mundo, é essa a grande diferença que há entre os poetas e os doidos, o destino da loucura que os tomou.”
“Perguntamo-nos o que viemos cá fazer, que lágrima foi que guardámos para verter aqui, e porquê, se as não chorámos em tempo próprio, talvez por ter sido então menor a dor que o espanto, só depois é que ela veio, surda, como se todo o corpo fosse um único músculo pisado por dentro, sem nódoa negra que de nós mostrasse o lugar do luto.”
“A esperança, só a esperança, nada mais, chega-se a um ponto em que não há mais nada senão ela, é então que descobrimos que ainda temos tudo.”
“Também no interior do corpo a treva é profunda, e contudo o sangue chega ao coração, o cérebro é cego e pode ver, é surdo e ouve, não tem mãos e alcança, o homem claro está, é o labirinto de si mesmo.”
“... esperava sentir, quando aqui chegasse, quando tocasse estes ferros, um abalo na alma profunda, uma dilaceração, um terramoto interior, como grandes cidades caindo silenciosamente porque lá não estamos...”
“Vivem em nós inúmeros, se penso ou sinto, ignoro quem é que pensa ou sente, sou somente o lugar onde se pensa e sente e, não acabando aqui, é como se acabasse, uma vez que para além de pensar e sentir não há mais nada.”
“Dois, sejam eles quem forem não se somam, multiplicam-se”
“um homem mesmo com os seus dois olhos intactos precisa duma luz que o preceda, aquilo em que acredita ou que aspira, as próprias dúvidas servem, à falta de melhor.”
“Ora, a solidão, ainda vai ter de aprender muito para saber o que isso é, Sempre vivi só, Também eu, mas a solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz, Você está a tresvariar, tudo quanto menciona está ligado entre si, aí não há nenhuma solidão, Deixemos a árvore, olhe para dentro de si e veja a solidão, Como disse o outro, solitário andar por entre a gente, Pior do que isso, solitário estar onde nem nós próprios estamos.”
“roda que amanhã não anda, andou já, e não andará mais, saiu-lhe o destino, não a sorte.”
“...queira Deus que nunca se extinga a caridade para que não venha a acabar-se a pobreza...”
“Estás só, ninguém o sabe, cale e finge, murmurou estas palavras em outro tempo escritas, e desprezou-as por não exprimirem a solidão, só o dizê-la, também ao silêncio e fingimento, por não serem capazes de mais que dizer, porque elas não são, as palavras, aquilo que declaram, estar só, caro senhor, é muito mais que conseguir dizê-lo e tê-lo dito.”
“(...) Todos nós sofremos duma doença, duma doença básica, digamos assim, esta que é inseparável do que somos e que, duma certa maneira, faz aquilo que somos, se não seria mais exacto dizer que cada um de nós é a sua doença, por causa dela somos tão pouco, também por causa dela conseguimos ser tanto, entre uma coisa e outra venha o diabo e escolha, também se costuma dizer (...)”
“الندم أقل الأشياء في العالم جدوى ، لأننا نقول عامة إننا نادمون لنستطيع التمتع بالمغفرة والنسيان ، كل واحد منا يستمر سراً في التعلق بأخطائه”
“العاقل من يكتفي بالفرجة على العالم”
“A letter is a most hazardous business, the written word allows no indecision, either distance or familiarity will emphasize the tone the letter establishes, and you end up with a relationship that is fiction”
“Ci sono momenti così, crediamo nell’importanza di ciò che abbiamo detto o scritto fino a quel punto, soltanto perché non è stato possibile far tacere i suoni o cancellare i tratti, ma ci entra nel corpo la tentazione del silenzio, il fascino dell’immobilità, stare come stanno gli déi, zitti e tranquilli, solo ad assistere.”
“Sempre vivi só, Também eu, mas a solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz”
“Mas há entre os nossos portugueses muita sede de martírio, muito apetite de sacrifício, muita fome de abnegação...”
“Hoje é o último dia do ano. Em todo o mundo que este calendário rege andam as pessoas entretidas a debates consigo mesmas as boas ações que tencionam praticar no ano que entra, jurando que vão ser retas, justas e equânimes, que da sua emendada boca não voltará a sair uma palavra má, uma mentira, uma insidia, ainda que as merecesse o inimigo, claro que é das pessoas vulgar que estamos falando, as outras, as de exceção, as incomuns, regulam-se por razões suas próprias para serem e fazerem o contrário sempre que lhes apetece ou aproveite, essas são as que não se deixam iludir, chegam a rir-se de nós e das boas intenções que mostramos, mas, enfim, vamos aprendendo com a experiencia, logo nos primeiros dias de Janeiro teremos esquecido metade do que havíamos prometido, e, tendo esquecido tanto, não há realmente motivo para cumprir o resto, é como um castelo de cartas, se já lhe faltam as obras superiores, melhor é que caia tudo e se confundam os naipes. Por isso é duvidoso ter-se despedido Cristo da vida com as palavras da escritura, as de Mateus e Marcos, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste, ou as de Lucas, Pai, nas tuas mãos entrego o meu espirito, ou as de João, Tudo está cumprido, o que Cristo disse foi, palavra de honra, qualquer pessoa popular sabe que esta é a verdade, Adeus mundo, cada vez a pior. Mas os deuses de Ricardo Reis são outros, silenciosas entidades que nos olham indiferentes, para quem o mal e o bem são menos que palavras, por as não dizerem eles nunca, e como as diriam, se mesmo entre o bem e o mal não sabem distinguir, indo como nós vamos no rio das coisas, só ditamos. Esta lição nos foi dada para que não nos afadiguemos a jurar novas e melhores intenções para o ano que tem, por elas não nos julgarão os deuses, pelas obras, também não, só juízes humanos ousam julgar, os deuses nunca, porque se supõe saberem tudo, salvo se tudo isto é falso, se justamente não é sua ocupação única esquecerem em cada momento o que do cada momento lhes vão ensinando os atos dos homens, os bons como os maus, iguais derradeiramente para os deuses, porque inúteis lhes são. Não digamos Amanhã farei, porque o mais certo é estarmos cansados amanhã, digamos antes, Depois de amanhã, sempre teremos um dia de intervalo para mudar de opinião e projeto, porém ainda mais prudente seria dizer, Um dia decidirei quando será o dia de dizer depois de amanhã, e talvez nem seja preciso, se a morte definidora vier antes desobrigar-me do compromisso, liberdade que a nós próprios negamos.”
“ليست الكلمات المتلفظ بها ، والأفعال المنجزة هي الأسواء ، الأسواء ، الذي لا يمكن علاجه ، هو الحركة التي لم نقم بها ، الكلمة التي لم نقلها ، واللتان كان يمكن ان تعطي معنى لما فعلناه وقلناه”
“... aborrece os odores nocturnos, aquelas expansões do corpo a que nem poetas escapam".”
“La soledad no es vivir solo, la soledad es no ser capaz de hacer compañía a alguien...”
“Não é Ricardo Reis quem pensa estes pensamentos nem um daqueles inúmeros que dentro de si moram, é talvez o próprio pensamento que se vai pensando, ou apenas pensando, enquanto ele assiste, surpreendido, ao desenrolar de um fio que o leva por caminhos e corredores ignotos (...)”
“(...) a realidade não suporta o seu reflexo, rejeita-o, só uma outra realidade, qual seja, pode ser colocada no lugar daquela que se quis expressar, e, sendo diferentes entre si, mutuamente se mostram, explicam e enumeram, a realidade como invenção que foi, a invenção como realidade que será.”
“Više nas zamaraju stvari koje nismo uradili, da jesmo, bili bismo odmorni.”
“success, ultimately, is up to the individual. It isn’t the pen—it’s the writer; it isn’t the road—it’s the runner that counts.”
“It is a dark and dirty business, Will Henry. And you are well on your way." He patted my knee, not to congratulate, I think, but to console. His tone was sad and bitter. "You are well on your way.”
“The other reason I like your hair down is that I've fantasized about having these silken tresses wrapped around my fist as I'm fucking you”
“Ah, what is then this earthly life, But grief, affliction and great strife? E’en when fairest it has seemed, Nought but pain it can be deemed.”
“sillage, what remains when all else has left. “Come on,”
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